Quarta-feira, 20 de Abril de 2005

Gerar o bem estar.

Meu caro amigo:


 


Li atentamente o seu artigo sob a epígrafe "Um objectivo: criar riqueza".


Compreendo a finalidade do seu blog - trata-se de um militante socialista local que, utilizando as TIC, presta um serviço ao seu nome e, fundamentalmente, ao do partido a que pertence, no desiderato de contar, cada vez mais, com apaniguados e seguidores na conquista do poder autárquico. Estamos claros que se trata de um blog da oposição à Câmara de Chaves. Mas também é claro que muitos desígnios já perfilhados e levados à prática para o desenvolvimento do concelho falharam! Urge, pois, fazer uma reflexão sobre metas, processos, para além dos protagonistas e actores. O texto que lhe envio em Anexo, pequeno excerto de um trabalho académico com mais folgo sobre "O dilema do desenvolvimento de Chaves" - que pode encurtar, emendar, enfim, fazer dele o que entender, desde que a sua essência em termos de conteúdo não seja alterada - aqui lhe fica para reflexão e eventual partilha com os seus leitores.


Frontal


Quais são hoje as competências que aparecem como indissociáveis da capacidade de um território gerar o bem estar da sua população local?


 


A ênfase é cada vez mais colocada nos recursos "construídos" (tecnologia, know-how, qualificação dos recursos humanos e métodos de gestão) e menos nos recursos naturais e, diz-se recursos "construídos" porque eles assentam na capacidade de os actores duma determinada região cooperarem na sua produção, que se torna um processo contínuo, sobretudo se pensarmos que os processos de inovação são resultantes de uma dinâmica de "acção", no sentido em que dependem da criação de um grupo específico de pessoas e de suas competências, que interagem num determinado meio (STORPER, 1997). Vital para esta capacidade produtiva são os processos de aprendizagem que permitem criar e transmitir o conhecimento necessário para a evolução dessa região numa economia global, o que levou a que alguns economistas, como BENGT-AKE LUNDVALL, a considerar que entramos numa nova fase do desenvolvimento económico a que denominaram a learning economy (LUNDVALL, 1996).


 


Adoptar os princípios da learning economy, criação de conhecimento e aprendizagem contínua, deverá ser resposta dos sistema produtivos locais aos desafios colocados pela globalização da economia - serem learning regions, isto é, regiões que aprendem (FLORIDA, 2000), funcionando como centros de "recolha", produção e transmissão de ideias e conhecimento.


 


Sendo a ênfase colocada no processo de aprendizagem dos elementos do sistema produtivo local, importa definir a estrutura desse processo, em que se distinguem quatro tipos de aprendizagem (MAILLAT e KÉBIR, 1999):


 


·         aprendizagem interactiva - resulta dos contactos estabelecidos nos processos produtivos, aqui entendidos como toda a actividade da empresa, pela partilha de experiências e a troca de informações;


 


·         aprendizagem institucional - as instituições, quer as formais (associações, Estado, os regimes jurídicos, etc.) e as informais (valores, laços de confiança e códigos de conduta) têm um papel fundamental nestes processos, dado que fornecem a estabilidade necessária para adquirir e consolidar conhecimentos, quer na sua produção ou na sua transmissão. No entanto, note-se que o forte peso das instituições numa região pode também conduzir a um estado de "ossificação" que não permite reagir à mudança. A aprendizagem institucional significa também que as instituições conseguem-se regenerar e responder à mudança;


 


·         aprendizagem organizacional - o know-how de uma empresa, sobretudo as Pequenas e Médias Empresas (PME), é o know-how dos seus elementos. A importância de ser a organização a integrar o conhecimento (implica a transmissão do conhecimento tácito) tem vários benefícios, desde a inclusão de novos membros com menos custos até à produção e difusão de mais conhecimento, dentro e fora da empresa, com melhorias de produtividade e a construção duma capacidade de reacção às mudanças de tecnologias e do mercado;


 


aprendizagem pela aprendizagem - os processos de aprendizagem do indivíduo caracterizam-se por uma "produtividade marginal" crescente, ou seja, quanto mais se aprende, mais se melhora a capacidade de aprender, o que faz com que a evolução das competências e produtividade que se incorpora seja também maior. É um processo cumulativo gerador de um círculo virtuoso que se propaga à capacidade produtiva do sistema, e que em termos individuais implica uma permanente capacidade de adaptação à mudança, desde novas tecnologias a novas formas de organização de trabalho.


(continua)

publicado por chaveslivre às 21:56
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Terça-feira, 19 de Abril de 2005

Nova força, mas com projecto!

Impulsionar com criatividade, com solidez o concelho e a Cidade obriga à união de forças e ao aproveitamento de linhas de êxito, esforço essencial para manter a coesão e a atractividade, em redes urbanas altamente competitivas.


 


As linhas de sucesso para a cidade podem assim sintetizar-se:


 


1º HABITABILIDADE


 


- ser capaz de se assumir como um bom lugar para se viver


 


2º COMPETITIVIDADE


 


- ser capaz de reunir competências e vantagens distintivas que a tornem competitiva face a outras localidades da região ou mesmo das várias regiões.


 


3º ATRACTIVIDADE


 


- ser atraente no maior número possível de aspectos e de exercer sobre os seus públicos internos e externos algum fascínio.


 


4º VISIBILIDADE


 


-          ser conhecida, falada e visível, cultivando uma imagem forte.


 


(in Maxman Institute – Instituto de Economia Urbana e Regional – Políticas e Estratégias, Guia de Acção)


 


 


Este desafio não está a ser vencido em Chaves.


A cidade retrocedeu em todos os aspectos referidos.


O concelho perdeu significado e força regional.


 


Não há projecto!


 


São necessários novos actores, novo empenho e força.


Os flavienses merecem.


A oposição está determinada no sucesso da nossa gente e em elevar o valor da nossa Cidade.

publicado por chaveslivre às 22:37
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Segunda-feira, 18 de Abril de 2005

Um objectivo: Criar Riqueza.

A Gestão actual parou o concelho.


Se tivessem “um conhecimento mais aprofundado e menos simplista dos diferentes processos de desenvolvimento económico local” entenderiam “a importância dos aspectos qualitativos, territoriais e ambientais do desenvolvimento, ao mesmo tempo em que os desafios da revolução ocasionada por novas tecnologias produtivas e de gestão empresarial” lhes mostraria “a necessidade de adequar os esquemas institucionais e os instrumentos de fomento económico para dar-lhes maior flexibilidade ou capacidade de adaptação aos elevados níveis de incerteza que caracterizam o actual período de transição estrutural e as crescentes exigências da disputa competitiva nos diversos mercados”


 


“O processo de desenvolvimento económico local supõe:


 


i)                    criar novas instituições para o desenvolvimento territorial, com a participação negociada dos gestores públicos e do setor privado;


ii)                   impulsionar iniciativas empresariais inovadoras;


iii)                 melhorar a capacitação da força de trabalho local.


 


Portanto, o desenvolvimento é o resultado do compromisso de uma parte significativa da sociedade local e de mudanças básicas nas suas atitudes e comportamentos, permitindo substituir a concepção tradicional de “espaço” (como simples cenário físico) pela de um contexto social de cooperação activa (um “território”).”


 


“A proximidade dos problemas, necessidades, recursos e actores sociais locais” leva a que se formulem “políticas mais realistas, e sobretudo, baseadas no consenso com todos os actores. Igualmente, abre-se a possibilidade de promover a criação negociada de instituições de fomento produtivo empresarial a nível local, gerando um clima de confiança e cooperação entre entidades públicas e o setor privado empresarial e de estimular assim uma cultura local de desenvolvimento. Deste modo, a identidade própria de cada território converte-se em sustentação de seu desenvolvimento produtivo.” in Francisco Albuquerque, 1998 - http://coordinationsud.datapps.com (...)


 

Muito há por conseguinte a fazer. A actual gestão mostrou-se completamente incapaz de gerar esta dinâmica desenvolvimentista. É urgente restabelecer o compromisso empenhado das forças sociais e produtivas no objectivo de criar riqueza. Os atuais titulares Autárquicos já não são capazes de o fazer. Só a oposição tem a credibilidades necessária para tal.
publicado por chaveslivre às 00:19
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Sábado, 16 de Abril de 2005

Ele embarrila, logo embarrica.


O presidente da Câmara é só palavreado a propósito das obras iniciadas e financiadas pela gestão anterior mas, nada abriu ao público, nada está ainda a funcionar.


Mercado abastecedor,


Universidade,


Parque de actividades,


Polis,


etc ....


Como sempre, a conversa é a mesma.


As obras, a este ritmo, serão inauguradas 100 vezes e, com tanta inauguração (prematura), não lhe sobrará tempo para preparar os projectos futuros (nem um único tem, perguntem-lhe).


Por isso não estranhem que venha a ser a aposição a inaugurar as obras que lançou quando era poder. Não estranhem também que seja durante os próximos mandatos que estas se paguem, já que, grande parte do seu custo, pagar-se-á com empréstimos (prepara-se par efectuar mais um para uma obra que não nos faz falta - um "mixeruca" auditório de uns míseros 250 lugares, desses já temos cinco ou seis).


Senhor presidente, não continue no caminho da ruína autárquica. Parece que, tal como um rei de má memória, também é partidário do slogan: "depois de mim o caos".

publicado por chaveslivre às 00:17
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Quarta-feira, 13 de Abril de 2005

Renovar o modelo de desenvolvimento rural.

Vectores fundamentais:


 


1.º Qualidade:


 


a)      Nutricional


b)      Pureza


c)      Memória


 


2.º Segurança alimentar.


 


3.º Genuinidade.


 


a)      Identificação territorial


b)      Diferenciação do produto


 


4.º Extensificação


 


5.º Bem público


 


a) O espaço cultivado como bem público, como fomento da qualidade ambiental e paisagísticas (proporciona as actividades conexas ao lazer).


b) Fim da lógica da compensatória.


 


6.º Dupla diversificação de actividades (na exploração no burgo).


 


 


Duas palavras, várias contradições:


 


A palavra NÃO


 


-         não abandonar ....


-         não poder cultivar .....


-         (...)


 


A palavra obrigar


 


-         obrigar a adaptar ....


-         obrigar a alterar a estrutura fundiária ...


-         obrigar a alterar as opções culturais ....


-         (...)


 


 


Um desafio de avaliação:


 


Porque falharam os PDAR’s?


Porque o LEADER não se dedica a fazer crescer a produção?


Porque se transformou o M.A. numa instância de fiscalização?

publicado por chaveslivre às 20:46
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Segunda-feira, 11 de Abril de 2005

Quem afirma?

 


 


“É tempo de exaltar os ideais de liberdade, de acção e de altruísmo, por oposição aos constrangimentos, à passividade, à submissão e ao egoísmo próprio dos conservadores de direita.


 


A nossa acção deve engendrar novos projectos de inovação, de transformação, de democratização da sociedade, muita das vezes, condenada como sendo perniciosamente imobilista e pactuante com a corrupção moral reinante no mundo contemporâneo.”


 


Quem afirma?

publicado por chaveslivre às 01:18
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Terça-feira, 5 de Abril de 2005

Política deliberativa

 


O futuro da democracia passa fundamentalmente pela aceitação colectiva de uma nova forma de estar na política.


A praxis política (regressando aos ideais gregos)  deverá (re)fundar-se na:


 


1º Comunicação


2º Discussão


3º Negociação


 


 


Só assim reencontraremos os próprios fundamentos da lógica democrática.


 


Defendemos, por conseguinte, o permanente confronto de opiniões entendido como um processo complexo de apoio à tomada de decisões, onde todos os pontos de vista foram chamados à liça, pronunciando-se.


 


Só a democracia participativa e contínua, pode retomar o vínculo cívico aos partidos, e movimentos livres civis, já que implicará o conjunto dos cidadãos nas escolhas colectivas.

publicado por chaveslivre às 14:32
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Domingo, 3 de Abril de 2005

100ª Publicação neste Blog

Decálogo dos Direitos do Blogueiro


10. Toda blogagem se dará em paz e exercitará a liberdade de expressão inerente a qualquer democracia. A blogagem estará a salvo de perseguição política, religiosa ou doutrinária de qualquer caráter. O blogueiro será livre para dizer o que lhe venha à telha, desde que, obviamente, não cometa com a linguagem crimes de calúnia ou plágio.


9. Todo blogueiro terá o direito de passar um dia sem blogar e não receber mensagens alarmistas, preocupadas ou encheção de saco. Os blogueiros serão poupados de receber emails com gritaria ou esbravejação em letras maiúsculas e, no caso de recebê-los, serão livres para exercitarem o direito de ignorá-los ou apagá-los.


8. Todas as blogueiras terão direito de blogar em próprio nome, em pseudônimo ou em heterônimo como lhes apraza, de forma exclusiva ou simultânea. Assim como todos os outros direitos nomeados aqui preferencialmente no feminino, este também se aplica, evidentemente, aos homens que possam, saibam ou ousem exercitá-lo.


7. Sendo publicitário, funcionário público, palhaço, vendedor de seguro, jogador de futebol, aeromoça, professor universitário, paquita, lixeiro ou desempregado nas horas vagas, o blogueiro tem direito de não ser importunado, agredido, chantageado ou ofendido por sua escolha ou necessidade profissional fora das horas de blogagem.


6. Todas as blogueiras terão direito de livre associação em quaisquer grupos, incluindo-se aí grupos com objetivos e programas contraditórios. Entender-se-á a blogagem sobretudo como um direito à coexistência bizarra, insólita e feliz de diferenças na internet. Na blogosfera haverá paz de se retribuir as visitas ao blogs de cada um na devida temporalidade baiana que deve reger as coisas, sem pressa, sem culpa e sem cobrança. Ao visitar o blog alheio o blogueiro também temperará o natural desejo da recíproca com semelhante tranqüilidade.


5. Toda blogueira estará livre de qualquer responsabilidade sobre afirmações feitas por outras pessoas em seu blog. Nenhuma blogueira poderá ser interpelada, processada ou censurada por ofensas ditas por outrem em seu blog. Caso alguma pessoa se sinta ofendida por algum comentário e reclame, a blogueira terá amplo tempo para decidir qual a atitude correta de anfitriã que exercita seus direitos de cidadã numa democracia onde àqueles correspondem, é claro, deveres também.


4. A todo blogueiro será garantido o direito de promover votações, concursos, citações, retrospectivas, autolinkagem ou reciclagem sem ser acusado de estar ficando sem assunto.


3. Todo blog terá liberdade absoluta de linkar, deslinkar e relinkar como lhe preze, entendendo-se que a linkagem é ato livre, unilateral e jamais significa, por si só, um endosso de conteúdo do site linkado. Todo blogueiro terá paz para ir linkando aqueles que o linkam ou não, na medida em que ele vá viciando-se em blogs.


2. Todo blogueiro terá o direito de exercitar periodicamente o direito de dizer abobrinhas sobre assuntos que não entende, de tal forma que os blogs de futebol serão apoiados quando resolvam falar de música e os blogs de economia contarão com a compreensão geral quando decidam falar sobre a composição do vinho. Mais bobagem que certas revistas semanais blog nenhum conseguirá dizer.


1. Todo blogueiro terá o direito de propor decálogos incompletos – eneálogos, na verdade – e solicitar ser completado, corrigido ou auxiliado pela caixa de comentários. Esqueci de alguma coisa? Sejam bem-vindos.


in: Decálogo dos Direitos do Blogueiro, publicado por "O biscoito fino e a massa" Link: http://www.idelberavelar.com/archives/2005/03/decalogo_dos_di.php

publicado por chaveslivre às 19:26
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