Meu caro amigo:
Li atentamente o seu artigo sob a epígrafe "Um objectivo: criar riqueza".
Compreendo a finalidade do seu blog - trata-se de um militante socialista local que, utilizando as TIC, presta um serviço ao seu nome e, fundamentalmente, ao do partido a que pertence, no desiderato de contar, cada vez mais, com apaniguados e seguidores na conquista do poder autárquico. Estamos claros que se trata de um blog da oposição à Câmara de Chaves. Mas também é claro que muitos desígnios já perfilhados e levados à prática para o desenvolvimento do concelho falharam! Urge, pois, fazer uma reflexão sobre metas, processos, para além dos protagonistas e actores. O texto que lhe envio em Anexo, pequeno excerto de um trabalho académico com mais folgo sobre "O dilema do desenvolvimento de Chaves" - que pode encurtar, emendar, enfim, fazer dele o que entender, desde que a sua essência em termos de conteúdo não seja alterada - aqui lhe fica para reflexão e eventual partilha com os seus leitores.
Frontal
Quais são hoje as competências que aparecem como indissociáveis da capacidade de um território gerar o bem estar da sua população local?
A ênfase é cada vez mais colocada nos recursos "construídos" (tecnologia, know-how, qualificação dos recursos humanos e métodos de gestão) e menos nos recursos naturais e, diz-se recursos "construídos" porque eles assentam na capacidade de os actores duma determinada região cooperarem na sua produção, que se torna um processo contínuo, sobretudo se pensarmos que os processos de inovação são resultantes de uma dinâmica de "acção", no sentido em que dependem da criação de um grupo específico de pessoas e de suas competências, que interagem num determinado meio (STORPER, 1997). Vital para esta capacidade produtiva são os processos de aprendizagem que permitem criar e transmitir o conhecimento necessário para a evolução dessa região numa economia global, o que levou a que alguns economistas, como BENGT-AKE LUNDVALL, a considerar que entramos numa nova fase do desenvolvimento económico a que denominaram a learning economy (LUNDVALL, 1996).
Adoptar os princípios da learning economy, criação de conhecimento e aprendizagem contínua, deverá ser resposta dos sistema produtivos locais aos desafios colocados pela globalização da economia - serem learning regions, isto é, regiões que aprendem (FLORIDA, 2000), funcionando como centros de "recolha", produção e transmissão de ideias e conhecimento.
Sendo a ênfase colocada no processo de aprendizagem dos elementos do sistema produtivo local, importa definir a estrutura desse processo, em que se distinguem quatro tipos de aprendizagem (MAILLAT e KÉBIR, 1999):
· aprendizagem interactiva - resulta dos contactos estabelecidos nos processos produtivos, aqui entendidos como toda a actividade da empresa, pela partilha de experiências e a troca de informações;
· aprendizagem institucional - as instituições, quer as formais (associações, Estado, os regimes jurídicos, etc.) e as informais (valores, laços de confiança e códigos de conduta) têm um papel fundamental nestes processos, dado que fornecem a estabilidade necessária para adquirir e consolidar conhecimentos, quer na sua produção ou na sua transmissão. No entanto, note-se que o forte peso das instituições numa região pode também conduzir a um estado de "ossificação" que não permite reagir à mudança. A aprendizagem institucional significa também que as instituições conseguem-se regenerar e responder à mudança;
· aprendizagem organizacional - o know-how de uma empresa, sobretudo as Pequenas e Médias Empresas (PME), é o know-how dos seus elementos. A importância de ser a organização a integrar o conhecimento (implica a transmissão do conhecimento tácito) tem vários benefícios, desde a inclusão de novos membros com menos custos até à produção e difusão de mais conhecimento, dentro e fora da empresa, com melhorias de produtividade e a construção duma capacidade de reacção às mudanças de tecnologias e do mercado;
aprendizagem pela aprendizagem - os processos de aprendizagem do indivíduo caracterizam-se por uma "produtividade marginal" crescente, ou seja, quanto mais se aprende, mais se melhora a capacidade de aprender, o que faz com que a evolução das competências e produtividade que se incorpora seja também maior. É um processo cumulativo gerador de um círculo virtuoso que se propaga à capacidade produtiva do sistema, e que em termos individuais implica uma permanente capacidade de adaptação à mudança, desde novas tecnologias a novas formas de organização de trabalho.
(continua)
Impulsionar com criatividade, com solidez o concelho e a Cidade obriga à união de forças e ao aproveitamento de linhas de êxito, esforço essencial para manter a coesão e a atractividade, em redes urbanas altamente competitivas.
As linhas de sucesso para a cidade podem assim sintetizar-se:
1º HABITABILIDADE
- ser capaz de se assumir como um bom lugar para se viver
2º COMPETITIVIDADE
- ser capaz de reunir competências e vantagens distintivas que a tornem competitiva face a outras localidades da região ou mesmo das várias regiões.
3º ATRACTIVIDADE
- ser atraente no maior número possível de aspectos e de exercer sobre os seus públicos internos e externos algum fascínio.
4º VISIBILIDADE
- ser conhecida, falada e visível, cultivando uma imagem forte.
(in Maxman Institute Instituto de Economia Urbana e Regional Políticas e Estratégias, Guia de Acção)
Este desafio não está a ser vencido em Chaves.
A cidade retrocedeu em todos os aspectos referidos.
O concelho perdeu significado e força regional.
Não há projecto!
São necessários novos actores, novo empenho e força.
Os flavienses merecem.
A oposição está determinada no sucesso da nossa gente e em elevar o valor da nossa Cidade.
A Gestão actual parou o concelho.
Se tivessem um conhecimento mais aprofundado e menos simplista dos diferentes processos de desenvolvimento económico local entenderiam a importância dos aspectos qualitativos, territoriais e ambientais do desenvolvimento, ao mesmo tempo em que os desafios da revolução ocasionada por novas tecnologias produtivas e de gestão empresarial lhes mostraria a necessidade de adequar os esquemas institucionais e os instrumentos de fomento económico para dar-lhes maior flexibilidade ou capacidade de adaptação aos elevados níveis de incerteza que caracterizam o actual período de transição estrutural e as crescentes exigências da disputa competitiva nos diversos mercados
O processo de desenvolvimento económico local supõe:
i) criar novas instituições para o desenvolvimento territorial, com a participação negociada dos gestores públicos e do setor privado;
ii) impulsionar iniciativas empresariais inovadoras;
iii) melhorar a capacitação da força de trabalho local.
Portanto, o desenvolvimento é o resultado do compromisso de uma parte significativa da sociedade local e de mudanças básicas nas suas atitudes e comportamentos, permitindo substituir a concepção tradicional de espaço (como simples cenário físico) pela de um contexto social de cooperação activa (um território).
A proximidade dos problemas, necessidades, recursos e actores sociais locais leva a que se formulem políticas mais realistas, e sobretudo, baseadas no consenso com todos os actores. Igualmente, abre-se a possibilidade de promover a criação negociada de instituições de fomento produtivo empresarial a nível local, gerando um clima de confiança e cooperação entre entidades públicas e o setor privado empresarial e de estimular assim uma cultura local de desenvolvimento. Deste modo, a identidade própria de cada território converte-se em sustentação de seu desenvolvimento produtivo. in Francisco Albuquerque, 1998 - http://coordinationsud.datapps.com (...)
O presidente da Câmara é só palavreado a propósito das obras iniciadas e financiadas pela gestão anterior mas, nada abriu ao público, nada está ainda a funcionar.
Mercado abastecedor,
Universidade,
Parque de actividades,
Polis,
etc ....
Como sempre, a conversa é a mesma.
As obras, a este ritmo, serão inauguradas 100 vezes e, com tanta inauguração (prematura), não lhe sobrará tempo para preparar os projectos futuros (nem um único tem, perguntem-lhe).
Por isso não estranhem que venha a ser a aposição a inaugurar as obras que lançou quando era poder. Não estranhem também que seja durante os próximos mandatos que estas se paguem, já que, grande parte do seu custo, pagar-se-á com empréstimos (prepara-se par efectuar mais um para uma obra que não nos faz falta - um "mixeruca" auditório de uns míseros 250 lugares, desses já temos cinco ou seis).
Senhor presidente, não continue no caminho da ruína autárquica. Parece que, tal como um rei de má memória, também é partidário do slogan: "depois de mim o caos".
Vectores fundamentais:
1.º Qualidade:
a) Nutricional
b) Pureza
c) Memória
2.º Segurança alimentar.
3.º Genuinidade.
a) Identificação territorial
b) Diferenciação do produto
4.º Extensificação
5.º Bem público
a) O espaço cultivado como bem público, como fomento da qualidade ambiental e paisagísticas (proporciona as actividades conexas ao lazer).
b) Fim da lógica da compensatória.
6.º Dupla diversificação de actividades (na exploração no burgo).
Duas palavras, várias contradições:
A palavra NÃO
- não abandonar ....
- não poder cultivar .....
- (...)
A palavra obrigar
- obrigar a adaptar ....
- obrigar a alterar a estrutura fundiária ...
- obrigar a alterar as opções culturais ....
- (...)
Um desafio de avaliação:
Porque falharam os PDARs?
Porque o LEADER não se dedica a fazer crescer a produção?
Porque se transformou o M.A. numa instância de fiscalização?
É tempo de exaltar os ideais de liberdade, de acção e de altruísmo, por oposição aos constrangimentos, à passividade, à submissão e ao egoísmo próprio dos conservadores de direita.
A nossa acção deve engendrar novos projectos de inovação, de transformação, de democratização da sociedade, muita das vezes, condenada como sendo perniciosamente imobilista e pactuante com a corrupção moral reinante no mundo contemporâneo.
Quem afirma?
O futuro da democracia passa fundamentalmente pela aceitação colectiva de uma nova forma de estar na política.
A praxis política (regressando aos ideais gregos) deverá (re)fundar-se na:
1º Comunicação
2º Discussão
3º Negociação
Só assim reencontraremos os próprios fundamentos da lógica democrática.
Defendemos, por conseguinte, o permanente confronto de opiniões entendido como um processo complexo de apoio à tomada de decisões, onde todos os pontos de vista foram chamados à liça, pronunciando-se.
Só a democracia participativa e contínua, pode retomar o vínculo cívico aos partidos, e movimentos livres civis, já que implicará o conjunto dos cidadãos nas escolhas colectivas.
in: Decálogo dos Direitos do Blogueiro, publicado por "O biscoito fino e a massa" Link: http://www.idelberavelar.com/archives/2005/03/decalogo_dos_di.php
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. A anticipação supera a re...
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